DOS JORNAIS DE HOJE: O noticiário político dos quatro jornais continua a ignorar a atuação política do Partido dos Trabalhadores e da esquerda em geral. A imprensa tradicional aborda a briga interna no PSL, na qual Jair Bolsonaro se coloca como antagonista do presidente do partido, o deputado Luciano Bivar. O problema é que Bolsonaro não conseguiu enfraquecer Bivar a ponto de ele ser expulso ou pedir para sair. O fundo partidário é o único elemento de união dessa agremiação, o que, na prática, inviabiliza grandes mudanças desejadas pelo presidente da República. Os filhos dele estariam tentando apaziguar os ânimos.
O noticiário político também trata do desejo de Tabata Amaral em deixar o PDT. A deputada declarou ontem à noite que pretende ingressar na Justiça para se desfiliar e manter o seu mandato. João Amoêdo, presidente do Novo - partido até aqui pouco relevante - apresenta ao Estadão a sua leitura da conjuntura política. No geral, os veículos da imprensa tradicional dedicam seus cadernos de política às polêmicas do atual governo, à atuação do centrão - que vem sendo tratado como contraponto à Bolsonaro -, ao surgimento de novas figuras que possam representar o "novo" na política (todos são neoliberais) e os processos jurídicos que costumam conter um embate com relação à Operação Lava Jato. O julgamento no STF da prisão após segunda instância é um exemplo. A maior parte das reportagens trata como se fosse uma questão relativa somente à Operação. A própria imprensa politiza a discussão que deveria ser jurídica.
O noticiário econômico, por sua vez, traz um misto de otimismo e desconfiança com relação à economia brasileira. O Estadão informa que os níveis de desconfiança continuam altos. Porém, o Valor Econômico aponta que espera-se um crescimento de 2% ao ano a partir do dados que vão aparecer no último trimestre deste ano.