DOS JORNAIS DE HOJE: A pressão sobre a retórica utilizada pelo Bolsonarismo continua grande. Tanto o mercado quanto a comunidade internacional e atores políticos nacionais têm demonstrado que as falas de Jair Bolsonaro são prejudiciais para o país. Um executivo da S&P declarou à Folha que a retórica causa mais preocupação em investidores estrangeiros do que a crise ambiental. Na Assembleia-Geral da ONU e no encontro sobre o clima, o Brasil vem sendo tratado como um pária do meio ambiente. Em compensação, o governo divulgou resultados da atuação das Forças Armadas no combate ao desmatamento e o ministro da Defesa minimizou o impacto dos incêndios. Apesar do posicionamento do ministro, nem ele nem os jornais falam sobre a diminuição da fiscalização que provocou uma das maiores ações de desmatamento já vistas no país.
No Brasil, a pressão sobre o governo ocorre no Congresso. Davi Alcolumbre decidiu antecipar a análise dos vetos na Lei de Abuso de Autoridade. As decisões do presidente podem ser derrubadas enquanto ele está em viagem fora do país. Além disso, a retórica beligerante para a segurança pública também está em xeque. Após o assassinato da menina de oito anos no Rio de Janeiro, o grupo de trabalho que analisa o pacote anticrime deve retirar do texto o excludente de ilicitude. Porém, a Folha informa que os parlamentares governistas e lavajatistas estão manobrando para fazer com que os itens retirados do pacote sejam aprovados através de outros projetos. Enquanto isso, o Globo informa que o governador do Rio tratou o assassinato da criança como um caso isolado e que ele deve lançar uma cartilha de comportamento para moradores de favelas em confronto.
A política bolsonarista tenta avançar sobre a educação. Após o anúncio da intenção de que os regimes de contratação de novos professores de universidades federais sejam feitos no regime CLT, o ministro Weintraub enviou uma orientação às secretarias de Educação para que não permitam "excessos" de professores em sala de aula. Ele nega que esteja acenando ao a ideia da Escola Sem Partido. O ministro defende que essa é uma medida da Escola Para Todos. Inacreditavelmente, os jornais não se debruçam sobre essas propostas e deixam de informar o quanto elas afetam a produção de conhecimento, o desenvolvimento da ciência e a liberdade de pensamento da população.
