DOS JORNAIS DE HOJE: A agenda econômica do governo continua blindada pelos veículos de imprensa. Os jornais revelam que o boletim Focus já reviu para baixo as projeções de crescimento para 2020, entretanto, os noticiários não fazem alarde nem abrem brechas para polêmicas. Nenhum contraponto aos projetos do atual governo tem espaço nas páginas dos jornais. A Folha informa que o governo está estudando a possibilidade de mudar a Constituição para congelar o aumento do salário mínimo; a reportagem não traz qualquer crítica. O jornal informa que os cortes de verba impedem a implementação da base curricular, mas o texto não tem discursos críticos ao Planalto. O Estadão se apresenta como defensor da agenda econômica quando noticia que o crescimento das despesas obrigatórias pagaria até nove anos do Bolsa Família. A manchete é espalhafatosa, mas não chega a lugar algum. Novamente, não há perspectivas diferentes da do governo presentes no texto. O jornal vai além e afirma, em outra manchete, que sem a correção do salário mínimo a economia chegaria a R$ 37 bilhões, deixando de lado o que significaria para as famílias não terem o reajuste. Já o Valor Econômico informa que a equipe econômica desistiu de debater a desoneração da folha de pagamento.
O jornal voltado para o mercado financeiro publica reportagem sobre um estudo que revela a confiança de empresas alemãs no governo Bolsonaro. O dado impressiona. A perspectiva de que o quadro estava melhorando caiu de 74% para 31%. Quase metade das 1.200 empresas ainda não realizou investimentos sob o atual governo.
Sobre as relações políticas do governo, a Folha informa que há uma divisão entre bolsonaristas e lavajatistas e que parte do núcleo próximo a Bolsonaro aposta no isolamento do presidente como um caminho a ser seguido. O jornal também publica reportagem sobre mudanças que podem ser implementas nas regras de financiamento eleitoral. Os jornais fazem críticas dizendo que a transparência ficaria menor. A Folhas ainda publica longa entrevista exclusiva com Nicolás Maduro.
O Estadão, por sua vez, publica reportagem sobre as CPIs que a base governista pretende barrar e novas críticas de Ciro Gomes ao PT. O jornal ainda informa que o governo deve reintegrar os médicos cubanos, mas com salários muito mais baixos do que o dos profissionais brasileiros.
